Termino meu mestrado na Universidade de São Paulo (ECA/USP), em 2002, com a seguinte frase: “Hoje, me vejo relendo Maquiavel, Cem Anos de Solidão, O sistema dos Objetos, Calvino e suas cidades fantasmas, Machado e muitos outros livros amarelados na minha estante. E me descubro sem culpa por não acordar e correr para frente do micro acessar meus e-mails; sinto vontade de deixar o celular desligado em casa; acho que chat nenhum substitui um banho quente de banheira e um beijo do ser amado. Enfim, ando refletindo sobre a terra. Afinal, alguém tem que plantar arroz enquanto outros navegam pela Web”.
Dez anos se passaram e ainda acredito nisso. Mas, não pense (caro leitor) levianamente que sou aqueles chatos que pregam a desconexão a qualquer preço. Como disse Abel Reis, presidente da agência Click Isobar, em recente artigo na revista Comunicação Empresarial, “nosso jeito de imaginar, inventar e criar terá de ser diferente, inovador e arrojado. Não fará mais sentido contrapor ou dividir ou classificar on-line e off-line (…), pois tudo o que puder ser digital será”.