“Cada filme que eu faço representa um afastamento para mim. Eu levo tanto tempo para produzir um filme, que quando começo o próximo, já sou um homem diferente.” (Roman Polanski)
Nascido em Paris, em 1933, Roman Polanski já contabilizou diversas tragédias pessoais, mas continua produzindo ótimos suspenses no melhor estilo Polanski de ser. “O escritor fantasma” (2010) manteve o estilo que o faz imperdível. Não é meu filme preferido, de longe. Nem compartilho da maioria, que considera “O bebê de Rosemary” (1968 – foto) sua obra clássica. Gosto mesmo do VHS “O inquilino” (1976) — sem cópia em DVD –, seguido da “A dança dos vampiros” (1967). Não contarei o final de Ghost, mas posso garantir que Polanski manteve seu estilo do começo ao fim. Falando em estilo, o caderno “Ilustríssima” (18/7/2010) traz uma pensata ótima sobre ficção policial, com análise saborosas sobre o estilo narrativo de Allan Poe. Há 30 anos, o historiador italiano Carlo Ginzburg, explicava o gosto do público por histórias de mistério: “elas revelariam a mudança na concepção de conhecimento por que o Ocidente passava no final do século 19”.