Comunicação digital é sinestésica. Por isso, a necessidade diária de uma reabilitação digital. Amy Winehouse, uma judia, londrina, magrinha e com uma voz de diva do jazz, consegue ser excelente exemplo para entendermos a fase atual da comunicação mestiça em que vivemos: às vezes ela parece roqueira, com suas tatuagens, outras uma diva punk dos anos 70. Trabalhar com o digital pressupõe curiosidade, senso aguçado de ética, mestiçagem, humor, um escutar, mais do que falar, um compartilhar visceral, orgânico.
Esqueça as fórmulas funcionalistas, as pesquisas sobre público alvo, lead, perfil social dos leitores, marketing, comunicação interna, entre tantas outras palavras do século XX. Graças a Deus o taylorismo está obsoleto. No século atual todo mundo tem uma irreverência punk de Glauco e Amy Winehouse.
Em seu artigo “Personagens eram livres de repressão”, publicado na Folha de S Paulo, em 13 de março de 2010, Matinas Suzuki Jr., começa o bate-papo sobre Glauco com uma pergunta para os leitores: “Como explicar o sucesso instantâneo obtido por uma garota em estado de ressaca permanente, por um cara que só pensava em transar com a mãe e por um casal em frequente exposição ao adultério recíproco? De certa forma, eles eram os filhos de anti-heróis (…) Angeli e Glauco renovaram para a nova geração de jornalistas que chegava à Folha a lição de que é impossível se fazer bom jornalismo sem humor”.
Re Bordosa, Geraldão e Dona Marta ainda têm muito a nos ensinar. Aliás, nessa fase transmidiática da comunicação digital, a disciplina de HQ deveria ser obrigatória nos currículos das faculdades de Comunicação.
A mídia social é pop.