quando passo
bato
não vejo o sinal
O verde
Amarelo
foi imposto
há tempos
no desfile
Gato sem olho
tromba nas portas
Se abertas
encontro só o batente
quero respirar
o ar solidificou-se
quero dormir
as pálpebras não fecham
ir embora
requer força
olhar para si
tamanho esforço
melhor caminhar
a esmo
não posso parar
A dor chegou
A angústia também
queria o verde
e peco pelo talvez
Palavras não ditas
caminham pelas veias
o ser acolhe
o próprio eu
aquele quebrado
cheio
transbordante
Os caminhos do eu
foram truncados
as crenças degoladas
na guilhotina agendada
beleza de vitrine
respostas pautadas
pelo país
pelo juiz