A reportagem de capa da revista Época de hoje (01/08/2010) Aprenda a ser criativo, baseada em uma pesquisa que “a IBM fez com os principais executivos de 1.500 empresas, de vários países, revelou que eles consideram a criatividade o fator crucial para o sucesso atualmente. Para que suas empresas consigam driblar as dificuldades e aproveitar as oportunidades, precisam de gente com ideias novas. Outra pesquisa, feita pela consultoria de administração de pessoal Korn/Ferry, com 365 dirigentes de grandes empresas só na América Latina, chegou à mesma conclusão: a habilidade de criar o novo e o diferente é a mais desejada por mais da metade dos dirigentes (56%). Ficou à frente de capacidades fundamentais, como saber tomar decisões complexas e conduzir equipes rumo a resultados. (…) Os dirigentes entrevistados pela Korn/Ferry consideram a criatividade a habilidade mais rara de encontrar e também a mais dura de ensinar dentro dos ambientes de trabalho tradicionais”.
Essa constatação me fez lembrar das pesquisas de Humberto Maturana, neurobiólogo chileno, que formulou uma teoria geral sobre os seres vivos e sobre o envolvimento da atividade biológica na geração do conhecer. Para ele, “a dinâmica evolutiva básica não é a adaptação, é a criatividade. Cada organismo vivo tem potencial para criatividade”.
Este pensador da biologia, e portanto da vida, ao se envolver com a biologia da cognição acabou por se envolver também com questões tradicionalmente reservadas à filosofia, tais como as questões sobre o conhecer, o ser e a moral. O que é a vida? Auto-organização. Todos os seres vivos evoluem e se renovam. O pâncreas, por exemplo, substitui todas suas células a cada 24 horas. Quem se adapta a quem? Um se adapta ao outro. Todos co-evoluem.