Steven Johnson, um dos maiores pensadores do ciberespaço, em seu livro “Emergência”, define o comportamento botton-up (de baixo para cima) das formigas, cérebros, cidades e softwares como capazes de se auto-organizar, dispensando a presença de um sistema de controle centralizado. Johnson simplesmente antevia o que viria acontecer com a remixada e descentralizada web 2.0 que vivenciamos hoje. Recentemente Johnson concedeu entrevista à Idéia Socioambiental sobre o uso das redes sociais ligadas à sustentabilidade. Uma mistura de “ordem e anarquia”, assim Johnson define o comportamento bottom-up. Para Caterina Fake, criadora do Flickr e agora responsável pela rede social Hunch, ordem e anarquia podem conviver bem. Perguntas díspares como, por exemplo, “joga bem xadrez?”, “Acredita em alienígenas?” “Gastaria mais de US$ 150 num jeans?” Fazem parte do leque de questionamentos que o Hunch pode te fazer até chegar a sugerir que você gosta mais de Pepsi que de Coca.
Em recente entrevista para revista norte-americana Wired, Fake explicou que o Hunch quer “conectar todas as pessoas na internet a todos os objetos na internet. Seja o objeto um produto, um serviço ou outra pessoa”. A revista Época de 09 de agosto trouxe um perfil da norte-americana de 42 anos. Esses dois exemplos nos ajudam a refletir sobre a inteligência coletiva, apresentada a nós por Pierre Lévy, no seu livro “Inteligência Coletiva”.
Johnson durante sua entrevista para revista Idéia Socioambiental , dá alguns exemplos de comportamentos botton-up nas redes sociais. Para ele, “muito do que consumimos – não importa se o carro que compramos, os programas de televisão que assistimos ou os jornais que lemos – será filtrado por essas redes sociais. Sempre trocamos informações com amigos sobre roupas, CDs, mas agora, com a construção dessas redes, essas recomendações virão via software. Isso pode ajudar as pessoas a tomar melhores decisões”. Além disso, ele cita o Facebook Causes, ferramenta para angariar fundos para projetos e ações sociais, por meio do Facebook, e também o Twitter, que durante o terremoto no Haiti, funcionou como um importante canal para organizar o socorro e atendimento às vítimas. Sustentabilidade e redes sociais. Você ainda vai ouvir muito sobre esse casamento.
Coluna publicada no site da Aberje em 13/08/2010